A
história do cacau e do chocolate, da Mata Atlântica, da casa-grande, das
barcaças e de outros atrativos do sul da Bahia, em breve poderá ser mais
difundida mundialmente e apreciada por todos com a criação de um novo roteiro
turístico nos 42 quilômetros da BA 262, rodovia que liga os municípios de
Ilhéus e Uruçuca na Costa do Cacau.
A
Estrada do Cacau e Chocolate, com certeza será mais um fator de emprego e renda
para a região que acaba de sair de uma crise na lavoura cacaueira. A parceria
entre a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur), as prefeituras de
Uruçuca e Ilhéus, do Sebrae e de empresários da região, trabalha no sentido de
transformar a estrada em mais um atrativo para o turista que visita a região
sul em busca das belas praias e dos encantos narrados pelo escritor Jorge
Amado.
A
vistoria já começou e a Secretaria de Turismo do Estado já contratou uma
empresa para desenvolver a sinalização, podendo começar em breve a marcação.
São muitas as fazendas e indústrias beneficiadoras do cacau que participarão do
roteiro. Entre essas fazendas, encontra-se a Riachuelo, a Renascer, a Mucambo,
a Almada, a Leão de Ouro e a fazenda Provisão que deu inicio aos trabalhos ao
lançar este olhar para o turismo rural na estrada do cacau e do chocolate.
O
novo roteiro turístico integrará também as fábricas de processamento de
amêndoas de cacau, a unidade de produção de mudas do Instituto Biofábrica de
Cacau, o campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA)
de Uruçuca, além de patrimônios históricos e culturais resguardados na sua
extensão.
O
secretário de planejamento de Uruçuca José Nazal, falou sobre o projeto que
começa na empresa Chocolate Caseiro de Ilhéus e vai até a BR 101. Passará por
Uruçuca, onde existe a única estação de trem que subsiste na região e também
muitas casas de época, e pelo IF Bahiano, que além de possuir uma educação de
excelência na região no que diz respeito à agricultura local, será também
parceiro nos cursos de receptivo para este novo empreendimento turístico.
O
grande sonho do projeto segundo o secretário Nazal, que fez uma apresentação do
roteiro, é reestabelecer 12 km da antiga linha de trem Uruçuca/Ilhéus parando
no Rio do Braço, com um passeio para os turistas pela Mata Atlântica, nos
moldes do Circuito da Mantiqueira, existente em Campos do Jordão. Para tanto, a
cidade vai se preparar ainda mais e os seus moradores terão a oportunidade de
maiores negócios no que diz respeito às vendas direcionadas ao turismo.
Cenário
de novelas e campanhas publicitárias, as fazendas inseridas na Estrada do Cacau
e Chocolate possuem registros de um importante ciclo da história do Brasil, que
pode agradar os visitantes que poderão optar por passar o dia ou permanecer no
roteiro, uma vez que hotéis e pousadas farão este receptivo no campo.
O
Presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil), Marco Lessa, ressalta ser
de fundamental importância congregarmos todos os produtos de uma região no
turismo e tendo um produto que balize todos os setores. Assim, todos os
cenários ganham. Segundo Lessa, toda a economia que entra na pauta política
gera um interesse global, fazendo com que a região viva um momento feliz com a
harmonia do casamento entre Uruçuca e Ilhéus. Isto acaba por mudar todo esse
cenário de cidades disputando seus espaços, passando a integrar mais,
exatamente como precisamos, de união e integração.
A
revista Veja, trouxe na reportagem da capa do dia 9 de outubro, o titulo “Pode
comer sem culpa”, onde cita os benefícios do chocolate e das substancias
comprovadas cientificamente que tornam a vida mais saudável e que ainda ajuda a
manter o peso. O alimento considerado “o manjar dos deuses” aumenta os níveis
de substância antioxidantes na corrente sanguínea, diminuindo o risco de
doenças do coração e até mesmo de câncer. Mostra também, que o chocolate amargo
tem maior porcentagem de cacau e, por isso, contém alto teor de flavonoides,
antioxidantes que ajudam a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.
A
prefeita de Uruçuca, Fernanda Silva, destacou a cultura forte do cacau na
região, sua produção e conteúdo, e pontuou que não tem como não explorar esse
momento oportuno e tirar proveito, valorizando e transformando de maneira
sustentável o turismo, com isto amenizando o sofrimento imposto pelo impacto
econômico negativo depois da vinda da vassoura de bruxa. Para tanto, Fernanda
sugeriu uma parceria com o Governo do Estado e o IF Bahiano para produzir um
histórico de cada fazenda, com informações em torno da memória e da história do
cacau e destacou ainda a importância do pequeno produtor que pode, e deve,
utilizar todo o potencial de comercialização do cacau, fabricando e oferecendo
ao visitantes outros itens além do chocolate, como geleia, licor, doces,
cocadas, enfim, uma série de artigos que atraiam o interesse turístico e
contribuam para a geração de renda”, sugere.
A
diversidade e composição florestal na região do cacau-cabruca, segundo
definição do engenheiro agrônomo da Ceplac, Dan Érico Lobão, junto com fragmentos de Mata Atlântica será mais um
atrativo quando incorporado as fazendas, e que já atrai atualmente
pesquisadores e fotógrafos do mundo inteiro. Como disse o secretário de
planejamento de Uruçuca José Nazal, “vamos trabalhar para que o projeto esteja
avançado já em 2014.”
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