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quarta-feira, 3 de abril de 2013

LIDERANÇAS FEMININAS GANHAM DESTAQUE NA PUBLICAÇÃO MULHERES DE AXÉ


Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia faz lançamento do catálogo de Mulheres de Axé





Os exemplares serão distribuídos gratuitamente em terreiros, bibliotecas, universidades, centros de pesquisa e equipamentos culturais da Bahia. O lançamento encerra as atividades do Março Mulher, que contou com um ciclo de mobilizações acerca da luta das mulheres, como destaca a secretária de Políticas para as Mulheres, Vera Lúcia Barbosa. 

“Escolhemos este momento simbólico para encerrar o Março Mulher porque entendemos que essas mulheres escolhidas e entrevistadas são símbolos da resistência desta intolerância religiosa, de coragem e bravura. Esta é uma contribuição que o Estado está dando para a reconstrução desta verdadeira história, mas ainda há muito o que aprender com estas senhoras”.

O catálogo possui 360 páginas, em papel couchê e terá uma tiragem inicial de dois mil exemplares que serão distribuídos a entidades ligadas à garantia de direitos de mulheres, bibliotecas públicas, terreiros pesquisados, universidades baianas e centros de pesquisas da cultura afrodescendente. Em anexo ao catálogo, também foi produzido um DVD especial contendo entrevistas que abordam, inclusive, o tema da intolerância religiosa, que inspirou a criação de lei federal sobre o assunto.


Religião afro está na raiz da cultura brasileira

Para Fátima Mendonça, as ialorixás demonstram muita força e fé. “Fico muito feliz de poder estar aqui hoje fazendo parte desta homenagem a mulheres tão representativas da nossa história, que nos mostram esse aconchego de mãe, esse coração, um axé, e ainda são responsáveis pela linda história que a Bahia tem. Quero parabeniza-las”.

O governador também prestou a sua homenagem. “Esta é uma grande homenagem, merecida, a uma religião que está na raiz da cultura brasileira. Conseguimos produzir um livro que vai ficar para a história e colocar no devido lugar aquelas que sofreram repressão e foram perseguidas. Devemos recontar esta história e expor estes registros para mostrar com muitas destas mulheres conseguiram superar as dificuldades. Parabenizo a todas estas mulheres por serem um exemplo para todos nós”.

Na oportunidade o governador ainda recebeu uma homenagem do terreiro Ilê Axé Ayra Izo pela posse do terreno onde está localizado o templo. Ele recebeu um colar de contas e uma escultura de Xangó, orixá da justiça, em metal.


Papel histórico
Para a ebomi Nice, as mulheres exercem um papel histórico, cultural e religioso dentro das comunidades do candomblé. Além do conhecimento religioso de cada uma, muitas possuem um engajamento social e político. “Me sinto lisonjeda de participar deste livro que tenta combater a intolerância religiosa e estamos galgando coisas que não tínhamos”, afirma a ebomi.

Nice destacou de outras mulheres importantes para a religiosidade de matriz africana. “Se essa publicação tivesse ocorrido há 50 anos, com certeza teria outras mulheres também muito representativas para a sociedade, como Mãe Menininha do Gantois, Mãe Senhora, Mãe Teté e muitas outras. Essa iniciativa valoriza não apenas nossa ancestralidade, como nós também, as mais novas”, conclui. 


Intolerância 
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007 pela Lei Federal 11.635, em homenagem a Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum, de Salvador. A religiosa do candomblé infartou após ver seu rosto estampado na primeira página da Folha Universal, jornal evangélico, com a manchete 'Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes'

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